Produção livre
Mergulhamos no terceiro ciclo como quem mergulha no mar pela primeira vez. Receosas, amedrontadas, vulneráveis... Vivemos uma temporada de muitos fatos, conhecimentos, histórias. Conhecemos professoras abnegadas, guardiãs... Aprendemos a retirar as pedras do caminho, a reivindicar nossos direitos, ultrapassar nossos limites. Nesse ciclo fomos arrebatadas com a voracidade e a sagacidade de muitos.
Mergulhamos no terceiro ciclo como quem mergulha no mar pela primeira vez. Receosas, amedrontadas, vulneráveis... Vivemos uma temporada de muitos fatos, conhecimentos, histórias. Conhecemos professoras abnegadas, guardiãs... Aprendemos a retirar as pedras do caminho, a reivindicar nossos direitos, ultrapassar nossos limites. Nesse ciclo fomos arrebatadas com a voracidade e a sagacidade de muitos.
Houve momentos em que as palavras desapareciam e não sabíamos soletrar uma única que não fosse inclusão digital. Nosso foco era a perfectibilidade do conhecimento sobre inclusão. Fomos desafiadas. Gritamos em silêncio. Pensamos em desistir. Mas como diz Ivete Sangalo na canção “Quando a chuva passar”, “Fugir agora não resolve nada”. Foi com esse pensamento guerreiro que começamos a desbravar o blog, a lista de discussão, o moodle, o fórum, a revista A Rede, o projeto de inclusão. Aderimos à batalha em prol do conhecimento, do sucesso, da nossa valorização enquanto cursistas e professoras. Hoje, nossa ótica é que não era o declínio da atividade que facilitaria a nossa compreensão, mas sim a nossa compreensão e compromisso com a atividade que nos possibilitaria o conhecimento em contexto.
Nesse ciclo fomos tomadas por um fastio absurdo. Algumas coisas não apeteciam nossas vontades, nossas curiosidades. As rosas plantadas nos ciclos anteriores não tinham mais vivacidade, os raios cálidos do sol fizeram com que elas perdessem a magnitude, a beleza. O cheiro exalado de suas pétalas não mais inspirava paixões, encantamento. O ápice do ciclo foram os encontros de orientação, o gelit, geac, cine contexto... Nesses sim escalamos montanhas, viajamos para lugares inusitados, protagonizamos histórias, brincamos, sorrimos, passamos horas planejando, tirando dúvidas, ficamos apavoradas com algumas tempestades.
Segundo Ivete, “Quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol, eu sou céu e mar, eu sou seu e fim, e o meu amor é imensidão”. É difícil falar da imensidão das coisas, dos fatos que fazem com que percamos o controle das nossas emoções. Essa canção esquartejou nossos sentimentos, nos fez refletir sobre o ciclo, nos tirou de órbita. A música nos fez compreender que os fenômenos da natureza e os ciclos da Universidade Federal da Bahia são muito parecidos. Na verdade eles são insubmissos, insubstituíveis, inegáveis.
O percurso pelo Ciclo Três nos fortaleceu. Aprendemos a abrir as janelas, compreendemos que o sol só vai nos aquecer se ficarmos expostas a seus raios quentes; que o mar, por mais extenso e furioso que esteja, não perde a beleza nem mesmo quando as ondas ferozes batem nas rochas ou no convés de uma embarcação. Nesse ciclo algumas palavras ficaram engasgadas. As lágrimas rolaram pelas nossas faces quentes e cada gota desenhava nosso semblante preocupado, estressado. Hoje, temos plena certeza que essa batalha insana, essa busca desenfreada pelo conhecimento é tudo que não queremos, mas é tudo que precisamos para continuarmos vivas.
No Ciclo Três mais uma vez fomos tatuadas. Os filmes, as palestras, as atividades nos deixaram marcas imensuráveis. Os desenhos ainda estão tímidos, camuflados, escondidos na pele inchada, machucada. Temos absoluta certeza que daqui a alguns dias, meses ou anos esqueceremos as dores, as dificuldades, as renúncias. Quando este dia felizmente nos abraçar, mostraremos a todos a obra de arte finalizada. Por fim, possibilitaremos que todos sejam capazes de entender as imagens tatuadas nesse tempo e nesse espaço transitado por nós nessa caminhada.
É impossível descrever tudo o que representou o Ciclo Três em nossas vidas, a eficácia do seu desenvolvimento em nossa formação. A Cada ciclo nos comportamos como vampiras. Sugamos tudo que está ao nosso alcance com uma sede incontrolável. Ainda não sabemos ao certo quais são nossas paixões, nossos amantes do mundo universitário, o que temos plena certeza é de que vamos continuar buscando as imensidões dos conhecimentos contemporâneos, teóricos, globalizados. Enfim, é em nome dessa ideologia de um país politizado, atuante e bem informado que gritamos: Que venha o Ciclo Quatro. Estamos de braços abertos, prontas para protagonizar os próximos espetáculos em nome desse conhecimento mutante e voraz. Porque, como diz Ivete: “A nossa história não termina agora”.
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